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Que tal colocar um tubarão no seu aquário?

8 fevereiro, 2018

A opção de contratar um executivo experiente de forma interina ainda é incipiente em nosso mercado, seja por motivação histórica, insegurança jurídica ou simples desconhecimento. Até poucos anos atrás tínhamos uma população insuficiente de bons executivos se comparado a demanda da época, somado a um crescimento acelerado em diversos setores da economia.

Isso motivou um ambiente de empregabilidade seguro e estável, com ótimos pacotes de remuneração, benefícios e bonificações. Quem se aventuraria em uma posição interina, se tinha a mão uma proposta de emprego estável e com ótimos benefícios? Difícil dizer. Arrisco um palpite, tipo alguém movido por questões pessoais ou ideológicas.

Mas os tempos mudaram, e como mudaram. O Brasil experimentou nestes últimos anos um cenário econômico nunca visto em nossa história recente, com uma profunda recessão em conjunto com uma crise política que torna ainda mais difícil a retomada do crescimento.
Os pontos abaixo criaram uma oportunidade singular para as pequenas e médias empresas, assim como para o surgimento de novos negócios:

– A forte recessão iniciada há três anos tirou o emprego de milhões de trabalhadores, incluindo milhares de executivos;

– A falta de perspectiva de retorno das vagas de emprego impulsionou os mais arrojados a empreender, buscando uma alternativa de sustento para as suas famílias;

– Na média, o prazo de recolocação de executivos se estendeu de meses para anos, levando estes a buscarem alternativas dentro de suas especializações;

E foi neste quadro que surgiram as oportunidades para empresas menores, antes incapazes de pagarem a alta remuneração, benefícios e encargos exigidos para terem executivos experientes e capazes de solucionar as barreiras que limitavam o crescimento ou até a sobrevivência de seus negócios. Surgiu e tem crescido a modalidade onde estes executivos tem vendido a sua experiência na forma de consultoria ou como um executivo interino, por projeto ou prazo determinado.

Pode surpreender, mas o formato desta relação de negócio, é diferente de um processo de recrutamento e contratação de alguém que virá a fazer parte da empresa, e que deverá influenciar, se não conduzir estratégias e solução de problemas e gargalos.

Relaciono a seguir alguns dos desencontros que mais tem gerado confusão nesta ainda nova modalidade no Brasil. Vale mencionar que a mesma se desenvolveu fortemente após a crise do estouro da bolha de “sub prime” em mercados do hemisfério norte.

Não é um casamento, é uma tentativa – Um dos principais erros cometidos é o excesso de ênfase que se coloca na “aderência” do candidato com a cultura da organização. Não merece ser uma prioridade na seleção, pois este executivo está sendo contratado para resolver problemas num curto espaço de tempo. É determinante que cumpra as atividades que veio executar. Se tiver o perfil adequado para a organização, pode num segundo momento compor o quadro da companhia.

Nenhuma empresa tem um “Problema Geral” – Um generalista é raramente a escolha certa para um executivo interino, que entra para resolver problemas específicos. Empresas não tem “problemas gerais”. Seja cauteloso com aqueles que tem atuação generalista. Será necessária uma árdua curva de aprendizado para entender e atender as necessidades especificas da empresa. O candidato necessita ter a especialização que o problema precisa para ser solucionado. Contratar um executivo interino não é similar a contratar um funcionário operacional.

Esteja preparado para contratar mais – A maioria das contratações de executivos interinos são resultado da identificação de um problema ou uma oportunidade da empresa que não tem pessoal devidamente qualificado para atuar naquela frente. Um executivo interino deverá ser capaz de rapidamente entender a situação, identificar as ações a serem tomadas e começar a tomar decisões. Um executivo sênior é usualmente capaz de dar a velocidade necessária com mais agilidade.

Consultores de carreira raramente são bons executivos interinos – As atividades de um executivo interino envolvem decisões estratégicas e ações sobre estas decisões. A maioria dos consultores de carreira desenvolveram suas experiências aconselhando e recomendando soluções. Quase nunca são responsáveis pelas implementações e resultados gerados por elas. Executivos experientes conseguem desempenhar muito melhor pois foram executores (“hands on”) e não conselheiros.

Não pague preços de consultoria por um gerente interino – A pesada carga tributária que incide sobre a folha de pagamento torna esta modalidade bem atrativa no Brasil (observado o modelo fiscal desta contratação). Diferente da remuneração de consultorias, que trabalham em base-hora, um executivo interino deverá prestar serviço para uma empresa em período integral por diversos meses, o que torna o custo por hora extremamente oneroso. Considere também que numa eventual futura efetivação deste executivo, a negociação salarial será muito mais produtiva se já estiver alinhada com a politica de remuneração da empresa, e não for necessário um substancial corte nos ganhos do executivo para a contratação se efetivar.

Não é a quantidade da base de candidatos; é a aderência à solução do problema – O recrutamento de um executivo interino precisa ser mais que uma grande base de candidatos. Precisa ter um processo que identifique a capacidade de entregar os resultados que o problema exige. Priorize um processo que garanta que os candidatos a serem apresentados vivenciaram problemas similares aos que a empresa enfrenta, não somente palavras chave na identificação de currículos em uma busca na base de dados.

Finalizando, o Brasil experimentou com vários traumas a “onda” da terceirização ao longo das décadas passadas. Não faltaram pontos cegos na legislação e mau uso desta iniciativa. Outro dado importante foi o momento econômico, início da década de 90, com altíssimos índices inflacionários, que fizeram com que a tem pessoal devidamente qualificado para atuar naquela frente. Um executivo interino deverá ser capaz de rapidamente entender a situação, identificar as ações a serem tomadas e começar a tomar decisões. Um executivo sênior é usualmente capaz de dar a velocidade necessária com mais agilidade.
Consultores de carreira raramente são bons executivos interinos – As atividades de um executivo interino envolvem decisões estratégicas e ações sobre estas decisões. A maioria dos consultores de carreira desenvolveram suas experiências aconselhando e recomendando soluções. Quase nunca são responsáveis pelas implementações e resultados gerados por elas. Executivos experientes conseguem desempenhar muito melhor pois foram executores (“hands on”) e não conselheiros.
Não pague preços de consultoria por um gerente interino – A pesada carga tributária que incide sobre a folha de pagamento torna esta modalidade bem atrativa no Brasil (observado o modelo fiscal desta contratação). Diferente da remuneração de consultorias, que trabalham em base-hora, um executivo interino deverá prestar serviço para uma empresa em período integral por diversos meses, o que torna o custo por hora extremamente oneroso. Considere também que numa eventual futura efetivação deste executivo, a negociação salarial será muito mais produtiva se já estiver alinhada com a politica de remuneração da empresa, e não for necessário um substancial corte nos ganhos do executivo para a contratação se efetivar.
Não é a quantidade da base de candidatos; é a aderência à solução do problema – O recrutamento de um executivo interino precisa ser mais que uma grande base de candidatos. Precisa ter um processo que identifique a capacidade de entregar os resultados que o problema exige. Priorize um processo que garanta que os candidatos a serem apresentados vivenciaram problemas similares aos que a empresa enfrenta, não somente palavras chave na identificação de currículos em uma busca na base de dados.

Finalizando, o Brasil experimentou com vários traumas a “onda” da terceirização ao longo das décadas passadas. Não faltaram pontos cegos na legislação e mau uso desta iniciativa. Outro dado importante foi o momento econômico, início da década de 90, com altíssimos índices inflacionários, que fizeram com que a principal premissa fosse a redução de custo a qualquer preço. As iniciativas focaram muito pouco na manutenção ou até melhoria da qualidade que esta modalidade poderia trazer aos clientes corporativos.

Consequentemente, uma grande sombra paira sobre iniciativas que visam a redução de custo nas relações de trabalho, e aversão a modelos que foram vencedores em outras economias.

Com a atualização da legislação trabalhista, recentemente sancionada, um importante movimento nestas relações será percebido, num processo de amadurecimento e aperfeiçoamento, trazendo maior segurança jurídica para as partes.

Na outra ponta temos um batalhão de executivos disponíveis, um capital intelectual pulsante e esperando ser aproveitado pelo mercado. Algo difícil e lento, se for considerado o modelo tradicional de emprego.
Neste contexto, o executivo interino surge como uma oportunidade para as empresas melhorarem os processos e setores que podem aumentar a sua produtividade e rentabilidade, elevando o patamar de competividade e qualidade de gestão de se negócio.

* Roberto Lobo é executivo de Finanças e sócio da innovativa Executivos Associados.

Fonte: Portal Administradores

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